A BATALHA QUE DEFINIU A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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Céu aberto nas Ardenas permite o avanço letal dos aviões americanos
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O historiador inglês Antony Beevor, de 71 anos, é famoso por pesquisas que mudaram e até subverteram a visão sobre a Segunda Guerra Mundial. Em livros como “Stalingrado” (1998) e “Berlim 1945 – A Queda”, ele forneceu detalhes de documentos não pesquisados que demonstraram a força do acaso nas campanhas militares, tão importante quanto o planejamento dos generais. Assim, um fato improvável é capaz de mudar o destino de uma guerra e de uma nação.  Foi com a abordagem relativista que Beevor escreveu o livro “A Batalha das Ardenas — A Cartada Final de Hitler”, publicado em 2015 e lançado nesta semana no Brasil pela editora Planeta. Com base em arquivos militares e nas memórias de testemunhas, ele demonstra que a também chamada Ofensiva das Ardenas consistiu na causa essencial para a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial. Também o acaso fez o papel de protagonista.

“Os russos reivindicam até hoje que derrotaram sozinhos os alemães. Isso não é verdade” Antony Beevor, historiador (Crédito:Divulgação)
Beevor explica que escolheu o assunto para corrigir um erro histórico: a afirmação de Josef Stalin de que ele salvou os americanos quando invadiu Berlim. “Os russos reivindicam até hoje que derrotaram sozinhos os alemães. Isso não é verdade”, diz. “Vladimir Putin adora repetir isso. Mas a vitória americana nas Ardenas aniquilou a retaguarda alemã e permitiu que o Exército Vermelho logo depois atacasse o rio Vístula e alcançasse o rio Oder em apenas duas semanas.”
Outra lacuna que ele preenche é a da descrição dos crimes de guerra. Até então, os historiadores tentavam absolver os Aliados. Mas ambos os lados foram arrastados à barbárie. Beevor revela ainda a rivalidade entre os comandantes.

A Batalha das Ardenas constituiu o episódio mais brutal, dramático e decisivo no front ocidental durante a Segunda Guerra. Hitler se mostrava desnorteado — “como por efeito de drogas”, diz Beevor — por causa do atentado que sofrera em 20 de julho de 1944 e precisava mostrar força. Ordenou então um ataque surpresa que desmoralizasse as tropas estacionadas na fronteira com a Bélgica, sabidamente formada por soldados novatos. Dali, os alemães partiriam para a reconquista do porto de Antuérpia. Mas eles penetraram num vórtice de violência e confusão.  A partir das Ardenas, a Alemanha desmoronou: as fronteiras se desguarneceram, o que facilitou o ataque final.
“O maior erro da liderança nazista foi a soberba”, diz Beevor. Os estrategistas alemães subestimaram o valor de milhares de recrutas que resistiram à morte para permitir que os Aliados trouxessem reforços e pudessem finalmente conquistar a Alemanha.

IstoÉ

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